A ficha que caiu em 2018 e ficamos pensando…
A minha vida é minha, tanto minha dor quanto minha alegria. Enquanto eu colocar a culpa das coisas ruins no mundo, enquanto colocar a responsabilidade no outro, eu fico no banco do passageiro e não posso fazer mais nada pra remediar meus problemas.
Dizer “qual a nossa parte naquilo que nos adoece” pode parecer culpabilizar a vítima, chutar quem tá no chão. Mas ouça com cuidado de novo: qual a parte que me toca, naquilo que me adoece, sabendo que, ainda que a gente não possa controlar o que me acontece ou de onde vim, posso digerir de forma diferente os acontecimentos e escolher o que fazer com eles.
Por exemplo, você pode substituir o
“fico doente porque me fazem trabalhar demais, não tenho tempo pra nada”
por
“por que priorizo o trabalho, e não minha saúde ou minha vida pessoal? O que eu faço é tão vital e inadiável que preciso ficar doente pra não deixar a peteca cair? Não posso fazer diferente?
ou o
"sempre eu que tenho que resolver tudo, se não ninguém resolve”
por
"quem me colocou nessa posição? E será que as pessoas não se acomodaram à minha volta por que sempre resolvo? Será que eu deixo as pessoas fazerem as coisas do jeito delas ou precisa ser no meu tempo e do meu jeito? Será que se eu deixar a peteca cair as pessoas não começam a se virar sozinhas?”
E é libertador entender o que podemos fazer diferente, pegar as rédeas da própria vida. Vamos levantar do chão, sair do lugar de vítima, dar uma bica em quem chuta, pegar o volante e fazer diferente ;)
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texto publicado originalmente na newsletter Baleiês do Estúdio Barbatana, em janeiro de 2019
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